Que o ciclismo profissional em Portugal não está nos seus melhores dias, todos sabemos. O número de equipas profissionais tem diminuído e das 10 de 2006 chegamos às 4 de 2011. Quantas serão em 2012? Podemos partir do princípio que a criação do Pro Tour e a crise financeira que afecta o país são os únicos motivos causadores da crise que sofre o nosso ciclismo ou podemos partir do princípio de que algumas coisas poderiam ter sido feitas de forma diferente e temos aspectos a melhorar.
Eu não me conformo a pensar que é tudo culpa da crise e de que estamos obrigados a ir para o buraco. Portanto, acho que os intervenientes do ciclismo português tiveram várias falhas, que é possível rectifica-las e inverter a situação… mas temos que mudar mentalidades.
O porquê da crise
Penso que todos estamos de acordo que a crise que vive o ciclismo português se manifesta sobretudo em dois aspectos:
a) Redução do número de equipas;
b) Redução do número de provas.
Ok, e se pararmos para tentar perceber o porquê dessas reduções? Antes de continuarmos com este artigo, vamos todos aceitar um compromisso: em vez de lamentarmos o que não temos e o que não nos dão, vamos tentar compreender porque não temos e porque não nos dão, ok? Vamos lá então!
A redução do número de equipas e do número de provas fazem parte de uma mesma bola de neve, pois quanto menos equipas existirem, menos interessante será para as empresas patrocinarem as provas e, quanto menos provas existirem, menos interessante será para as empresas patrocinarem as equipas. Longe vão os tempos em que SL Benfica, FC Porto e Sporting CP queriam dominar o desporto nacional preocupando-se apenas com a vertente desportiva. Interessava ser campeão de futebol, de basquetebol, de hóquei, de atletismo, de ciclismo, de andebol… quantos mais títulos melhor. Actualmente, os três grandes do futebol português querem que cada modalidade seja financeiramente independente e, enquanto no futebol há receitas de bilheteiras e transferências de jogadores, nas restantes modalidades as receitas de bilheteira são reduzidas (no ciclismo nem as há) e a única forma de encaixar dinheiro é através de patrocínios. Resta por isso às modalidades gerar interesse para que as empresas invistam nelas como forma de se promoverem junto de determinados públicos-alvo. E, perdoem-me a imodéstia, como estudante de Marketing acho que posso compreender e ajudar a explicar o porquê de cada vez haver menos dinheiro investido no ciclismo.
Sobre as provas
É inegável que as provas portuguesas perderam interesse. O pelotão que em 2007 e 2008 recebeu ciclistas espanhóis de qualidade, nos últimos anos viu os mesmos saírem para outras equipas ou ficarem suspensos por doping. Por outro lado, as equipas estrangeiras presentes deixaram de ser Barloworld, Cofidis, Bouygues Telecom, Euskaltel, Gerolsteiner, Agritubel ou Karpin-Galicia e passaram a ser Orbea, La Pomme e KTM-Múrcia. Dizem que, em questões financeiras, a PAD está com a corda na garganta, o que não me surpreende, dada a má gestão da João Lagos Sport (JSL). Não percebo o suficiente de ténis ou golfe para poder avaliar os projectos que a empresa teve e tem nessas modalidades, mas sei o suficiente para poder dizer que a criação da equipa do Benfica foi o maior tiro no pé que me lembro nos últimos anos de ciclismo, um projecto com tudo para correr mal. Bom, os objectivos da JLS até eram bons, mas só mesmo os objectivos. Criaram a Lagos Bike e pretendiam com isso trazer mais público para a estrada, o que dinamizaria as provas organizadas pela PAD (empresa do grupo JLS). Investiram 2 milhões para o primeiro ano dessa equipa, já que o SL Benfica apenas dava o nome, e julgaram que rapidamente haveria muitas empresas interessadas em se associar ao Benfica e patrocinar a equipa… nada de mais errado! Nenhuma empresa se quis associar pois sabia que o nome em destaque seria sempre o mesmo: “Benfica”. A Central de Cervejas foi a única a cair no erro, assinou um contrato de cinco anos e associou a sua marca Sagres Zer0 há equipa da Lagos Bike, mas passados poucos meses constatou que a equipa era tratada na comunicação social e pelos adeptos unicamente como Benfica, não havia retorno para a marca e rescindiram o contrato, com a Lagos Bike a ver-se obrigada a encerrar o projecto logo no segundo ano (estavam previstos 5) e com ordenados em atraso. Este foi um exemplo de gestão ruinosa da JLS, a mesma empresa que poucas semanas antes de arrancar a Volta ao Algarve 2003 (que deveria organizar, pagando uma bagatela à Associação de Ciclismo do Algarve) comunicou à ACA que, ou organizava a prova sem pagar, ou não haveria Algarvia em 2003. O resultado é o que está à vista: a ACA pegou na prova e tornou-lhe no sucesso desportivo que é hoje. Ok, afinal já são dois maus exemplos de gestão da JLS.
A PAD, como maior organizador de provas em Portugal, tinha (e continua a ter) mais força do que as restantes. Do ponto de vista do Marketing, cada prova é um produto diferente para vender a patrocinadores e municípios, as duas principais fontes de receita para as provas de ciclismo, e, tal como para vender seja o que for, é necessário compreender o que pretendem os clientes. No caso das empresas comerciais, procuram publicidade e dar a conhecer os seus produtos, e no caso dos municípios, pretendem atrair pessoas de fora para movimentar o comércio local e dar a conhecer os atractivos do município, especialmente se forem zonas de turismo. Em ambos os casos, há algo fundamental: é necessário que haja interesse por parte da população.
Com a constante redução do número de equipas nacionais, os organizadores passaram a estar cada vez mais dependentes do interesse que as equipas estrangeiras poderiam atrair, isto no que diz respeito a provas do calendário internacional, pois as do calendário nacional estão limitadas às equipas portuguesas. Deveria então a PAD investir na presença de duas ou três equipas estrangeiras que chamassem à atenção dos amantes do ciclismo e do desporto em geral, mantendo as provas interessantes para a população e, consequentemente, para os patrocinadores. Pelo contrário, a PAD decidiu desinvestir e baixou as provas de categoria para que se tornassem mais baratas, o que retirou interesse às mesmas. Este ano tivemos as provas da PAD disputadas por apenas quatro equipas portuguesas profissionais e algumas estrangeiras desconhecidas da maioria do público. Pergunto eu: quem quererá patrocinar estas provas no próximo ano? Que municípios as quererão receber? Se tão bem decidiram implementar os circuitos finais nas etapas da Volta a Portugal, porque não apostar mais neles nas restantes provas de modo a dar mais espectáculo às cidades e às populações que as acolhem?
Sobre a Volta a Portugal
A Volta a Portugal ocupa um papel à parte no ciclismo português, principalmente por ser a única com transmissão televisiva e portanto a que mais retorno publicitário dá aos investidores, sejam as empresas que patrocinam as equipas lusas (já lá iremos), as empresas que patrocinam a Volta ou os municípios que a recebem.
A Volta a Portugal continua com o mesmo potencial que tinha há vários anos atrás, mas perdeu interesse, como demonstra a redução das audiências televisivas, que este ano foram as mais baixas dos últimos anos. Um dos motivos será o facto do pelotão presente ser pouco diferente do Circuito do Alpendre ou do GP Abimota, sem figuras internacionais que tornem a Volta especial, outro será o quanto a prova se tornou repetitiva por ter sempre os mesmos locais. A Volta continua a ser a mesma bonita e prendada mulher, mas há muito tempo que se veste da mesma maneira e cozinha os mesmos pratos.
Com o ciclismo internacional organizado como está, o melhor para a Volta a Portugal não é compatível com o melhor para as equipas nacionais e deverá ser encontrado um ponto de equilíbrio.
Antes de 2005, ano da criação do Pro Tour, o ciclismo tinha um cariz muito mais nacional. Havia um leque de trinta e poucas equipas que disputavam pelo menos uma das grandes voltas mas apenas quatro ou cinco disputavam as três. As equipas francesas preocupavam-se sobretudo em correr as provas francesas, as espanholas com as provas espanholas e as italianas naturalmente com as provas italianas. A partir de 2005, com a criação do Pro Tour (que agora se chama World Tour) as mais poderosas equipas do mundo estão obrigadas a correr as provas pertencentes a essa categoria, o que faz que em Julho e Agosto tenham que correr Volta a França, Volta à Polónia, Eneco Tour e Volta a Espanha, além das provas dos seus países, como a Volta a Burgos para as espanholas, o Paris-Corrèze, Volta a l’Ain, Volta a Limousin e Volta a Poitou Charetes para as francesas e o Brixia Tour para as italianas. Existem ainda três clássicas World Tour, duas espanholas, duas francesas e nove italianas que se disputam nestes dois meses. Isto faz com que as equipas desses países não tenham disponibilidade para uma prova de doze dias (a contar com o descanso), muito menos uma prova de categoria 1. Nos dias de hoje, Volta à Áustria, Volta a Burgos e Volta à Dinamarca, por serem de categoria superior e terem menos dias, são muito mais apetecíveis para estas equipas de topo.
Por outro lado, as equipas portuguesas precisam de aparecer na televisão e quantos mais dias melhor. Por isso, reduzir a duração da Volta seria prejudicial para as nossas equipas, reduzindo o destaque para os seus patrocinadores e motivando o desinvestimento destes. Como já disse, deverá ser encontrado um ponto de equilibro, mas como? A melhor solução que me ocorre passa reduzir a Volta a Portugal e… colocar outra prova portuguesa na televisão. Em vez das equipas portuguesas estarem na televisão durante os 11 dias da Volta, poderiam estar com 7 dias de Volta e 5 de outra prova qualquer, dando semelhante visibilidade às equipas e tornando a Volta mais convidativa para as equipas estrangeiras, o que a tornaria mais interessante para os adeptos (e quanto mais interessante para os adeptos, mais para os patrocinadores).
Mas como poderá ser possível isto? O mais fácil seria a segunda prova na TV ser a Volta ao Algarve, por três grandes razões: é a prova portuguesa com melhor pelotão, realiza-se numa região turística que poderia ser promovida para o exterior através da Eurosport e aumentar as exportações (o turismo é uma exportação) e faria com que a Volta a Portugal se pudesse centrar no Centro e Norte do país. Porém, a PAD não tem interesse nessa situação, já que a redução da Volta faria com que esta fosse menos rentável economicamente.
Bem sei que este é um cenário rebuscado e que muito dificilmente acontecerá, mas também sei que nos últimos anos o ciclismo profissional português tem estado em acelerado caminho rumo ao seu final e das quatros equipas que existem (pagando salários pouco profissionais), nenhuma tem continuidade assegurada para 2012 e as que continuarem o farão com orçamentos ainda mais reduzidos. Portanto, permitam-me que elabore estes cenários que podem ser rebuscados mas têm como propósito inverter a volta à situação.
Sobre a Federação
Antes de olharmos para as equipas, olhemos para a Federação Portuguesa de Ciclismo, porque esta poderá também ela ser uma organizadora de provas ou, pelo menos, financiar a organização de provas. Falo, claro, da Taça de Portugal, que não é organizada pela Federação mas da qual a FPC suporta uma parte dos custos através da parceria que tem com a Liberty Seguros.
Todos sabemos que a parceria entre a Liberty Seguros e a FPC surgiu como consequência do término da equipa patrocinada pela seguradora, mas o que interessa é que surgiu e deve ser mantida. A FPC estabelecer uma parceria deste tipo foi altamente positivo e, se a empresa deixar de patrocinar, a Federação deverá trabalhar para procurar um substituto. Com a ajuda de patrocinadores, a FPC poderá continuar a suportar parte considerável dos custos da Taça de Portugal, e quantos mais provas tiverem as equipas nacionais melhor, pois os seus patrocinadores necessitam de dias de competição para que o investimento tenha retorno.
Olhemos ao caso da UCI, que organiza a Taça do Mundo de BTT com o patrocínio da Shimano e a Taça do Mundo de Cyclocross com o patrocínio da Patrick, existindo ainda no cyclocross o caso do Superprestige, a segunda competição mais importante (atrás da Taça do Mundo), que tem 8 provas e patrocinadores próprios como a Nissan ou a Lotto, ajudando a suportar os custos de cada uma das provas, apesar destas terem organizadores locais. Quanto à FPC, tem actualmente a Taça de estrada patrocinada pela Liberty Seguros, a de Cross-Country patrocinada pela TMN e a de Maratonas de BTT patrocinada pela Sport Zone, estando portanto num bom caminho que espero que seja mantido. Também a selecção nacional deve ser uma fonte de receitas, como está a ser com o patrocínio da Liberty Seguros e como é a espanhola patrocinada pelo Ayuntamiento de Múrcia, a italiana e a suíça pela Skoda, a britânica pela Sky, a belga pela Lotto ou a holandesa pela Rabobank, apenas para citar alguns exemplos. Quanto mais volumoso for esse patrocínio, melhor, pois oferecerá à FPC condições para se fazer representar em mais competições (no ano passado decidiram levar 5 elites ao Mundial em vez de 6 e com a vaga em sobra levaram um jornalista) e, claro, em quanto mais competições estiverem presentes, melhor para quem patrocinar a selecção, seja a Liberty Seguros ou qualquer outra empresa. Além da Volta a Portugal, poderiam estar presentes nas restantes provas em que não podem correr equipas de clube (neste momento, apenas a Volta a Portugal e a Volta ao Algarve) e em mais provas da Taça do Mundo (este ano, apenas estiveram numa).
Sobre as equipas
Antes de mais, é preciso realçar que as equipas portuguesas são do mais trapaceiro e trapalhão que pode existir no mundo. Não todas, mas quase. Vejamos:
Quando a UCI criou o Pro Tour, estabeleceu que nas equipas continentais metade do plantel teria que ter idade inferior a 28 anos. Como a Liberty Seguros não estava disposta a isso, decidiu inscrever o mecânico e o massagista (com menos de 28 anos) como corredores. Como também não estavam dispostas a isso, Barbot, Boavista e Loulé seguiram-lhe os passos, de modo a poder manter os ciclistas de sempre em vez de garantir a renovação do ciclismo português e dar oportunidade a alguns jovens.
Além disso, para reduzirem os custos, pagam aos ciclistas abaixo do mínimo exigido pelos regulamentos, o que só é possível porque alguns ciclistas estão dispostos a tal e não se importam de no final do mês ter prejuízo (alguns suportam a suplementação com a ajuda financeira dos país), bastando apenas o prazer de poderem dizer que são ciclistas profissionais. Enganam-se, porque não o são! Muitos dos corredores pertencentes às equipas profissionais portuguesas são amadores. Se há uns anos atrás os corredores eram disputados e optavam pela equipa que lhes oferecesse melhores condições, hoje em dia são as equipas que são disputadas e optam pelos corredores que exigem menos condições. Depois há aqueles que não estão dispostos a correr em condições tão precárias e acabam por abandonar a modalidade, como fez o Vítor Rodrigues ou o Marco Coelho, campeão sub-23 do ano passado.
E por fim, não posso deixar de realçar que muitos portugueses com talento se viram privados de passar a profissionais, pois a maioria dos directores desportivos preferiam apelidos espanhóis, alguns deles “com a escola toda” como Ángel Vicioso, Constantino Zaballa, Eladio Jiménez, Francisco Mancebo, Santi Pérez ou Pablo De Pedro, ou outros que nunca ninguém percebeu muito bem porque vieram para Portugal como Luis Fernández, Ángel Vallejo, Ángel Vazquez ou nomes ainda mais difíceis de recordar como Raul Portilla e Alejandro Magallanes (alguém se recorda? Estiveram cá em 2007 e 2008).
Ora por estes exemplos dá para ver a qualidade do trabalho realizado na generalidade das equipas portuguesas. Muita gente com mentalidade de terceiro mundo a ambicionar o primeiro.
Reparem que a maioria das equipas portuguesas existentes na última década teve um percurso muito semelhante: um aspirante a director desportivo arranjou um patrocinador, arrancou com a equipa, o patrocinar fartou-se e a equipa acabou. Quantas equipas houve que, depois de terem perdido o patrocinador principal, conseguiram encontrar outro: quatro, as que ainda estão na estrada. Tavira que passou de Wurth para DUJA e de DUJA para Palmeiras Resort, Barbot que nos últimos anos foi Halcon e Siper e agora é Efapel, Paredes que já foi Fercase e agora é LA (sobretudo porque o sr. Luís Almeida adora ciclismo) e o Boavista que foi Riberalves, Madeinox e agora é Onda (com a corda no pescoço e sem conseguir sequer patrocinador para as bicicletas). E porque têm as equipas terminado? Porque não há projectos capazes de serem apresentados aos directores de marketing das empresas. Há ideias capazes de convencer gente que gosta de ciclismo mas não mais do que isso, e em altura de crise económica, isso não chega.
Podem classificar-se os patrocinadores do ciclismo em dois grupos básicos e fáceis de entender: os patrocinadores nacionais e os patrocinadores internacionais. Patrocinadores nacionais são as empresas que comercializam apenas em Portugal e por isso apenas têm interesse pelo mercado nacional, e patrocinadores internacionais, como facilmente pressupõem os leitores, são empresas com interesses além-fonteiras. Compreender a diferença é tão simples quanto necessária.
A maioria das empresas que têm patrocinado equipas nos últimos anos, são empresas apenas viradas para o mercado nacional e por isso apenas interessa o destaque que obtêm perante os portugueses. Imaginem que são directores de marketing da Barbot ou da Riberalves e apenas têm o vosso produto á venda em Portugal… do que vos serve serem conhecidos em França ou na Alemanha? Nada!
Depois de perceber a diferença entre patrocinadores nacionais e internacionais e da diferença de público-alvo que existe entre eles, torna-se muito mais fácil compreender que para os patrocinadores nacionais basta investir 100 ou 150 mil euros. Com outros patrocinadores a equipa chega a um orçamento entre os 200 e os 300 mil euros e pode alcançar os desejos do patrocinador: obter retorno publicitário em Portugal. Com base nisso, não faz sentido que se peça a um patrocinador nacional para fazer uma equipa que ande pela Europa fora e, existindo cada vez menos provas em Portugal, também é mais difícil convencer este tipo de empresas. As provas estrangeiras poderão fazer parte do calendário das equipas portuguesas e deverão fazê-lo para dar rodagem aos ciclistas, mas sem esquecer que os objectivos dos patrocinadores são em Portugal (apesar de uma vitória além-fronteiras também ser motivo de destaque, claro).
Para os patrocinadores apenas vale a pena investir quantidades maiores se tiverem interesses comerciais fora de Portugal, e para alguém convencer uma empresa a investir 400, 500 ou 600 mil euros é necessário algo mais do que ideias e conversa. É necessário um projecto bem estruturado e, como eu já referi por diversas vezes, falta essa capacidade aos interessados em montar equipas em Portugal. Nos últimos anos, de resto, apenas me recordo de dois patrocinadores com interesses pela Europa fora: a Liberty Seguros, que terminou pelos motivos que todos nós sabemos, e a Palmeiras Resort, que saiu do ciclismo porque a construção do resort parou, que é como quem diz, a empresa estava a promover algo que não poderia vender.
Nota final
Este é o texto mais longo que já escrevi para este blogue, aquele que mais dores de cabeça me deu quanto à sua estruturação e talvez seja também o mais desorganizado. Para o lerem até ao fim, têm que gostar muito de ciclismo. Se o fizeram, provavelmente têm algo a dizer e devem dize-lo. Usem a caixa de comentários e lembrem-se que todas as ideias e opiniões são bem-vindas. Talvez sejam boas e um dia alguém as utilize.